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quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Novo CPC e sua aplicação ao Processo do Trabalho são debatidos no TRT8

A Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho d​a​ 8ª Região promoveu na manhã desta segunda-feira (17), um debate sobre o Novo Código de Processo Civil e sua aplicação ao Processo do Trabalho. A programação teve início com a Palestra “O Conflito entre o Novo CPC e o Processo do Trabalho”, ministrada pelo Juiz Titular da 3ª VT de Jundiaí (TRT15), Jorge Luiz Souto Maior, seguida do Painel “Dialogando com o Novo CPC”. O evento ocorreu no Auditório Aloysio da Costa Chaves, no prédio sede do TRT8.

Durante a palestra, o magistrado apresentou alguns pontos referentes ao Novo Código e defendeu que o mesmo não deve ser aplicado ao processo do trabalho. Para ele, isto é algo que deve ser evitado e os Juízes do Trabalho devem se voltar sobretudo à essência do processo do trabalho, aos princípios e​às previsões normativas da CLT, que já se bastam para conferir sua objetividade. “O direito do trabalho têm características muito próprias, que parte​m​ de um pressuposto muito específico​,​ que é a desigualdade da relação econômica, social e política de um trabalhador individualmente considerado e seu empregador. Neste instante, temos que pensar isso essencialmente, porque o novo processo civil parte de um pressuposto teórico completamente distinto, tem uma outra lógica e racionalidade”, afirma.
Souto Maior destaca que há a necessidade de se evitar o impacto da invasão do novo CPC no processo do trabalho. “Se não acontecer isso, o impacto pode ser grave, pode ser exatamente da eliminação do juiz social”, acredita. Após sua explanação, foi promovido um debate com a Procuradora Chefe do Ministério Público do Trabalho, Gisele Góes; a Presidente da Amatra8, Juíza Titular da 19º VT de Belém, Claudine Rodrigues; e o Procurador do Estado do Pará, José Henrique Mouta, que também apresentaram seus posicionamentos sobre o Novo CPC.
De acordo com Gisele Góes, o Novo CPC vem somar o que a Justiça do Trabalho já faz e tem ferramentas para melhor adequação de uma justiça social. “Acredito que há ferramentas viáveis para o processo trabalhista, podemos exemplificar com o controle das multas, a preocupação com a boa fé objetiva, uma conduta ética no processo e isso qualquer magistrado trabalhista tem condições de aplicar”, afirmou. Para o advogado Henrique Mo​uta​,​ ​”​este é um momento histórico, pois o que está sendo debatido neste ano de 2015 será aplicado no mínimo nos próximos 40 anos​”,​ e destaca que ​”​os primeiros anos serão de muitos embates interpretativos sobre a aplicação ou não do novo CPC.​”​
A magistrada Claudine Rodrigues acredita que não se pode perder de vista o que​ é​ o processo como instrumento para a concretude do direito das partes. Para ela, “toda vez que se for analisar para verificar se uma determinada regra é aplicável ou não, pense no processo como instrumento, analise aquela regra e verifique se ela vai servir para a concretude do direito. Se está na fase de conhecimento, para você investigar quem tem o direito que est​á​ sendo debatido naquele processo e​,​ se você está na fase de execução, para saber como, da melhor maneira e na forma mais célere possível, você pode entregar a prestação jurisdicional de forma efetiva”, detalhou.
Aberto e encerrado pelo Presidente do TRT8, Desembargador Sérgio Rocha, a programação contou com um grande público e​,​ conforme destacou o Presidente, teve como objetivo justamente levantar o debate sobre o tema para que todos possam refletir. O ​Vice-​Diretor da EJUD8, Océlio Morais ressaltou que​,​ ao abordar est​a​ temática, a EJUD8 está comungada com o pensamento da Escola Nacional da Magistratura de promover a capacitação de seus juízes para o desempenho de uma boa jurisdição. “​À​ medida que a justiça do trabalho capacita seus juízes, as decisões são de maior responsabilidade e qualidade. Além do que​,​ o juiz com atualização de seus conhecimentos passa a ter uma maior sensibilidade social”, destacou.
Fonte: Ascom TRT8
Foto: Ascom AMATRA 8

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